terça-feira, 6 de janeiro de 2015

A batalha pelo Templo

Atenção: O conto a seguir tem teores de violência fantasiosa.
Esteja ciente de sua responsabilidade quando continuar lendo.
(Acreditamos que a censura seja de 16 anos.)


- Mestre Aaron, precisamos falar com o senhor.

Levantando-se da almofada, Aaron quebrou sua meditação. Não se zangou com as interrupções, na verdade, ele as previa.
- O que foi, meus filhos?

- Mestre, reúna os oito guardiões agora! - Suplicou Yume.
- Sim! Precisamos dos oito no Templo agora! - Enfatizou Shir.
- Vocês dois pensam que eu não sei sobre a invasão do Templo?
Os dois, surpresos, calaram-se.

- Ainda podemos chamar Kain, sinto que ele está perto. - Sugeriu Shir.
- E as gêmeas! - Quase gritou Yume.
- Quietos, vocês dois! - Ordenou o mestre. - Todos estão em atividades das quais eu lhes orientei. Eu sabia da invasão e previa que a data fosse essa...
- Mas o inimigo está passando rapidamente pela guarda. É como se nossos golpes o atravessassem. - Continuou Yume.
- Ele está vindo direto a mim, Yume. Ele entrará nesta sala em breve.
- Fecharemos todas as portas.
- Não. Abra-as.
- Mestre...

Um vulto completamente negro invade o salão do Mestre Aaron. Sua voz ecoa de maneira sombria enquanto diz:
- Ora, Mestre Aaron... seria tão bom arrancar sua cabeça agora...
- Veio a mando de seu mestre não-iluminado, Prestus?

- Eu pensava que Prestus era o próprio não-iluminado... - cochichou Yume para Shir.
- É claro que não. Mas Prestus é mesmo perigoso. Sozinho matou muitos soldados no Campo sem Fim...
- Eu sei...
- Então fica quieto, quero ouvir o Mestre.

- Eu vim lhe trazer um recado... - dizia respirando alto Prestus.
- Não tenho nada a ouvir...
- O que é isso, Mestre? Sua sabedoria está na negação?
O corpo de Prestus ficou fino, a massa concentrava-se em suas mãos, pés e cabeça. Ele lambia os lábios a cada frase que dizia.

- Nada que você diga irá me acrescentar algo...
- Então me precipitarei e passarei por cima de suas negações. Sabe o garoto que mandou até o Campo sem Fim? Ele acabou de perder a Espada Aaron... E ele não estava em combate. Creio que o senhor não deve estar orgulhoso do discípulo tão relapso...
- Se Bado perdeu a espada, ele mesmo irá encontrá-la. É um aluno teimoso, mas também obstinado.
- Ah, os seus alunos... permita-me falar de seus queridos guardiões...

- Nada me acrescentará...
- Então eu mesmo me pronunciarei! Eu mesmo encontrarei a espada das suas gerações. E com ela, trarei a você, o Mestre, a cabeça de Bado. Esses dois menores, arrancarei-lhes as gargantas e os olhos, porque sinto seu medo de muito longe... Vou mergulhar Kain em um poço escuro e profundo... ele morrerá no breu e na solidão... Suas gêmeas eu matarei com o mesmo golpe. Nasceram juntas, morrerão juntas. Quanto à Fler, vou fazê-la gritar tanto que vai desejar a morte... a morte que lhe darei lentamente. E quanto ao Fenry, será um prazer devolver sua espada com o corpo dele atravessado nela...
- Assim? -  Em um súbito grito, estava Fenry com sua espada encravada no peito de Prestus.

Prestus desmanchou-se instantaneamente, tornou-se uma poça de lodo gosmento e negro.
- Seus discípulos são traiçoeiros, Mestre Aaron...
- E o que você disse que faria aos meus irmãos, sua criatura medíocre? -  Gritou em resposta Fenry.
- Oh, eu mudei de ideia... se largarem a doutrina de Aaron, poderão servir ao meu mestre...
- E seu mestre será bondoso com seus seguidores? - Perguntou Fenry, enquanto sua capa branca ainda caía, devido à velocidade do movimento anterior.
- Sim... ele aumentará seus poderes... e o mundo servirá seus guardiões... não o contrário. Meu mestre os transformará em deuses...

Então, Fenry se ajoelhou. E sussurrou:
- Prestus, preciso dizer algo a você, mas não quero que ninguém mais ouça...
Prestus materializou-se novamente, na forma mais semelhante a um humano. Também o fez de joelhos, muito próximo a Fenry.
- ...não quero que Mestre Aaron saiba do ódio que tenho de você!

A espada de Fenry começou um profundo corte na planta de um dos pés de Prestus, subiu-lhe pela perna rasgando sua carne amaldiçoada e a lâmina parou na base de seu queixo.
- Insuficiente, eu sei... - continuou Fenry - ...mas preciso de você vivo para dar-lhe esse recado. Eu lutarei enquanto respirar. E isso significa que vocês não irão vencer.

Prestus afastou-se da espada e recolheu-se a passos mancos e débeis.
- Você vai suplicar por parar de respirar...
- Não! Você suplicará pelo fim da luta! - Respondeu Fenry.

Um comentário:

  1. Bom conto, Bier.
    Meu irmão disse que isso de 8 guardiões já tem em um anime sobre um mundo paralelo...
    Mas eu gostei.

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