quarta-feira, 15 de junho de 2016

As Crônicas Tibianas - Cap. 76

A luta contra os Strikers

Você se lembra, meu amigo, quando eu mencionei que eles eram nove guerreiros? Pois ali estávamos, os quatro, cercados. O nervosismo tomou conta de mim, eu não consegui distinguir muito bem as vocações dos guerreiros que nos cercavam. Três deles montavam cavalos, um deles parecia ser o líder,  montava um corcel negro e começou a andar à volta de nosso grupo. Nossos ataques haviam cessado, pois a derrota parecia iminente.
Observando o grupo, vi em um cavalo de pelo dourado um homem trajando armaduras que pareciam pesadas, um cavaleiro, provavelmente. Outro parecia ser um druida, montava um cavalo negro. Outros estavam a pé. Aquele que circulava nosso perímetro finalmente tomou a palavra:
- Eu me chamo Razul. Permitam-me explicar a situação: ou vocês entregam suas mochilas e vestes e saem com vida, ou matamos todo o seu grupo e pegamos tudo por nossa conta mesmo. Eu contarei até dez, e caso eu não ouça suas respostas, ficaremos com a segunda opção oficialmente. Um...

- Bierdus, o que faremos? - Enviei telepaticamente essa pergunta a ele.
- Até a minha morte, ninguém tocará em minha mochila ou em minha armadura! - Respondeu ele em um tom sério e agressivo. Ele tocou o punho da espada, com a capa acobertando a visão de nosso carrasco Razul.
- Três... - Gritou Razul, desfilando em seu corcel.
O tempo parecia estar acabando. Entre seu grupo, um paladino engatilhava a besta, escolhendo grossos dardos.
- Biertrus, nós vamos atacar! - Enviei telepaticamente a ele a informação.
- Eu não esperava menos de meus irmãos! - Respondeu-me ele, já com flechas entre seus dedos.
- Seis... - Razul gritava em tom irônico, certo de que a batalha seria sua.
- Bierfur...- eu comecei o contato telepático, mas ele me interrompeu.
- Eu já sei. Não gosto de sangue derramado, mas esses homens nos matarão de qualquer maneira.
Sua mão tocava o cajado, já deitado no chão.
- Nove... - Razul berrava com a mão na lança. O cavaleiro, na posição de espera já sacava um imenso machado. Eles pareciam saber o que ia acontecer.

- Certo! Faremos o que tu pedes! - Exclamou Bierdus!
- O quê??? - Indagou surpreso Razul. - Ótimo, vocês só irão embora assim que conferirmos todas as suas moedas de platina. - E assim, aproximou-se.

Quando sua cabeça abaixou olhando para a mochila de Bierdus, uma flecha em chamas o acertou no peito. Em seguida, Bierdus sacou sua espada.
- Creio que tu não entendeste... - E desferiu um golpe contra a armadura que flamejava possuindo o corpo de Razul. - ...eu escolhi a segunda opção, exceto pela parte em que somos vencidos!

- Idiotas! Ataquem! - Gritou Razul. E sua quadrilha de Strikers logo iniciou o combate. Dois cavaleiros sacaram suas espadas. Paladinos arremessaram lanças, e os magos e druidas iluminaram a areia do deserto com seus cajados.

A primeira onda de ataque fora realmente complicada. Senti uma das lanças dos paladinos passar ao lado de minha cabeça, com a  força que teria a arrancado de meu pescoço. Essa lança explodiu no escudo de Bierdus, que logo virou-se atrás da cabeça de Razul, desferindo mais um ataque. Razul tentou tomar distância, enquanto um de seus magos jogou um chicote de raio em nossa direção. Três de nós escapamos. Bierfur levou a pior, mas recompôs-se, curou-se e jogou uma nuvem negra rápida como um raio contra o mago que o ferira. Esse jogou uma onda de fogo. Os Strikers abriram caminho para Razul, mas Bierdus entrou na mesma brecha. Agora éramos apenas três no centro, enquanto nosso cavaleiro complicava a luta de nossos adversários.

Espadas foram desferidas na direção de Bierdus, mas ali o perdi de vista, pois um Druida desferiu uma onda de gelo em nossa direção. Biertrus colocou flechas de fogo em seu arco e disparou de volta.
- Você é meu! - gritou ele, enquanto eu torcia para que meu livro de magia suportasse as próximas ondas.
Bierfur começou a curar os ferimentos de Biertrus e me alcançou jogou uma garrafa de poção de cura.

O suor corria por minha testa, fiz então a invocação de uma criatura chamada Fogo Elemental. Ele se materializou na minha frente, mas o outro Druida jogou uma magia de gelo tão intensa que abalou fortemente a criatura. Piorando a situação, os Magos e Druidas do grupo invocaram um Fogo Elemental e dois Orcs Guerreiros, munidos de machados longos e muito bem afiados.

Decidido a pôr um fim naquele verdadeiro saque, lembrei-me da Onda de Choque e desferi contra a maioria deles. Os Orcs Guerreiros pareciam bastante abalados com a magia, enquanto os druidas e magos se entreolharam. Bierfur desferiu uma Onda de Gelo, finalizando com a vida dos Orcs e enfurecendo o Fogo Elemental. Já o que eu havia invocado havia sido exterminado.

 Nosso tempo estava acabando. A escuridão parecia cobrir os céus e eu já não tinha mais noção se isso se devia ao horário ou à certeza da morte vindo em minha direção.
A batalha parecia estar chegando ao fim.
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Você já conhece as Crônicas Tibianas?

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